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Case Growth Marketing: Netflix

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A história da Netflix é uma jornada épica de disrupção e crescimento, marcada por pivôs estratégicos e uma aplicação magistral de princípios de Growth Marketing em cada fase de sua evolução.

Netflix Growth marketing

Veja como se deu esse processo, desde o início até o momento atual:

  1. Fase 1: DVD-por-Correio e a Disrupção da Locadora (Final dos anos 90 – Meados dos anos 2000):

    • Problema: Locadoras tradicionais (como a Blockbuster) eram inconvenientes, tinham seleção limitada e multas por atraso eram um grande ponto de atrito.

    • Solução: Um serviço de assinatura para alugar DVDs pelo correio, com um catálogo vasto, sem datas de devolução ou multas, e um sistema de recomendação (Cinematch) para ajudar na descoberta.

    • Growth Marketing (Aquisição/Ativação/Retenção):

      • Aquisição: Foco em ofertas de teste gratuito (free trial) para reduzir a barreira de entrada. Marketing digital inicial direcionado a early adopters.

      • Ativação: O processo de adicionar DVDs à fila (queue) e receber o primeiro disco rapidamente era crucial. O sistema de recomendação aumentava o valor percebido desde o início.

      • Retenção: A ausência de multas era o maior diferencial e motor de retenção. A conveniência de receber e devolver pelo correio e a vasta seleção mantinham os assinantes engajados. O modelo de assinatura garantia Receita recorrente.

  2. Fase 2: A Transição para o Streaming (Meados dos anos 2000 – Início dos anos 2010):

    • Problema: A tecnologia de streaming estava emergindo, e a mídia física começava a parecer obsoleta. A internet de alta velocidade se popularizava.

    • Solução: Lançamento do serviço “Watch Instantly”, inicialmente como um bônus para assinantes de DVD, permitindo streaming de uma parte do catálogo.

    • Growth Marketing (Retenção/Aquisição/Ativação):

      • Retenção: O streaming foi inicialmente uma ferramenta poderosa de retenção para a base de assinantes de DVD, agregando valor instantâneo.

      • Aquisição: À medida que o catálogo de streaming crescia, tornou-se um motor de aquisição. Parcerias estratégicas com fabricantes de dispositivos (consoles de videogame como PS3 e Xbox 360, smart TVs, players de Blu-ray) foram cruciais para colocar o app da Netflix na frente de milhões de potenciais usuários (canal de distribuição/aquisição).

      • Ativação: Foco em tornar a experiência de streaming simples e acessível em múltiplos dispositivos. A gratificação instantânea do streaming aumentou o engajamento. (A tentativa desastrosa de separar DVD e streaming com a “Qwikster” em 2011 mostrou o quão integrada a proposta de valor precisava ser para a retenção).

  3. Fase 3: A Era do Conteúdo Original e Expansão Global (Início dos anos 2010 – Final dos anos 2010):
    • Problema: Licenciar conteúdo de estúdios estava se tornando caro e competitivo. Os estúdios começavam a planejar seus próprios serviços, ameaçando retirar conteúdo da Netflix. Era preciso um diferencial exclusivo.

    • Solução: Investimento massivo em Conteúdo Original exclusivo (Netflix Originals), começando com “House of Cards” (2013), seguido por “Orange is the New Black”, “Stranger Things”, etc. Expansão global agressiva.

    • Growth Marketing (Aquisição/Retenção/Referral/Receita):

      • Aquisição: Os Originais se tornaram o principal motor de aquisição. Campanhas de marketing globais focadas nos lançamentos de séries e filmes exclusivos atraíam novos assinantes em massa. A expansão global abriu mercados enormes.

      • Retenção: Um fluxo constante de conteúdo novo e exclusivo mantinha os assinantes engajados e reduzia o churn (taxa de cancelamento). O modelo de “binge-watching” (lançar temporadas inteiras de uma vez) aumentava o engajamento profundo.

      • Referral: O buzz cultural em torno de séries como “Stranger Things” ou filmes como “Bird Box” gerava um enorme boca a boca e compartilhamento em redes sociais, funcionando como marketing viral gratuito.
      • Receita: O valor percebido do conteúdo exclusivo permitiu aumentos graduais no preço da assinatura, impulsionando a receita junto com o crescimento da base de assinantes.

      • Personalização: O algoritmo de recomendação tornou-se ainda mais crucial para conectar usuários ao vasto catálogo de Originais e licenciados, personalizando a experiência e aumentando a retenção.

  4. Fase 4: Maturidade, Competição Intensa e Novas Estratégias (Final dos anos 2010 – Presente):

    • Problema: Surgimento de concorrentes fortes (Disney+, HBO Max/Max, Apple TV+, Amazon Prime Video etc.), saturação em mercados maduros, desaceleração do crescimento, pressão econômica e o problema crescente do compartilhamento de senhas impactando a receita.

    • Solução: Foco em rentabilidade, combate ao compartilhamento de senhas, lançamento de um plano mais barato com anúncios, exploração de novas verticais (jogos), e contínuo investimento em conteúdo global diversificado.

    • Growth Marketing (Retenção/Receita/Aquisição):

      • Retenção: Manter a qualidade e o volume do conteúdo é chave para retenção em um ambiente competitivo. Otimizar a experiência do usuário e a personalização continua sendo vital.

      • Receita: O combate ao compartilhamento de senhas (incentivando a criação de contas próprias ou a adição de “membros extras” pagos) visa converter usuários não pagantes em pagantes. O plano com anúncios abre uma nova fonte de receita e atrai/retém usuários sensíveis a preço.

      • Aquisição: O plano com anúncios serve como um novo ponto de entrada de aquisição a um preço menor. A conversão de usuários compartilhadores também é uma forma de aquisição. O investimento em jogos busca agregar valor e potencialmente novas fontes de receita ou engajamento (Retenção/LTV).

      • Experimentação: A cultura de A/B testing continua, agora aplicada a novas áreas como a eficácia dos anúncios, a conversão de compartilhadores e a adoção de jogos.

Ao longo de toda a sua história, a Netflix demonstrou uma capacidade notável de:

  • Identificar mudanças no comportamento do consumidor e na tecnologia.
  • Tomar decisões ousadas baseadas em dados e visão de longo prazo.
  • Focar na experiência do usuário e remover atritos.
  • Usar dados e personalização como núcleo da sua estratégia de produto e marketing.
  • Experimentar e iterar constantemente para otimizar cada etapa do funil de crescimento.

Fontes:

A análise da história de crescimento da Netflix e suas estratégias de Growth Marketing baseia-se em:

  • Extensa cobertura da imprensa de negócios, tecnologia e entretenimento ao longo das últimas décadas (como The New York Times, Wall Street Journal, Variety, The Hollywood Reporter, Wired, TechCrunch).
  • Livros sobre a história da Netflix e sua cultura (ex: “A Regra é Não Ter Regras” de Reed Hastings e Erin Meyer).
  • Relatórios financeiros, cartas aos acionistas e apresentações da própria Netflix.
  • Casos de estudo de negócios e marketing que analisam suas estratégias de disrupção, modelo de assinatura, entrada no conteúdo original e adaptação à concorrência.
  • Análises de mercado sobre a indústria de streaming e entretenimento.

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